História de:
Joice Yumi Matsunaga
Autor:
Joice Yumi Matsunaga
Publicado em:
12/08/2020
Diário de Joice Yumi Matsunaga, 24 de julho de 2020. Jornada, dia 2.
Meu nome é Joice Yumi Matsunaga, escrevo da Zona Leste da cidade de São Paulo. Hoje é 24 julho de 2020, o segundo dia da minha jornada. Faz uns anos, guardo comigo um objeto especial: “teru teru bozu”, um boneco de papel feito à mão que me lembra a primeira e única viagem que fiz com a família por parte de mãe do meu namorado. Nessa viagem estava a avó, as tias, tios e primas dele, excepcionalmente reunidos para passar três dias na praia. Acontece que já estávamos há dois dias presos no hotel esperando a chuva passar - uma chuva tão forte que chegou a alagar as ruas - e eu tive a ideia de fazer um teru teru bozu para espantar a chuva, como fazem os japoneses quando têm algum evento e pedem um dia ensolarado. Meu cunhado fez o corpo com guardanapo, embrulhando uma bolinha com uma folha aberta e amarrou a cabeça com um pedaço de fio dental, e eu fiz os olhinhos com caneta. Até cantamos a música tradicional que diz que, se não parasse de chover, cortaríamos a cabeça do teru teru bozu. Mas não parou de chover e eu fiquei com dó de desfazer o boneco. Para não dizer que não adiantou nada... de manhãzinha, no último dia antes de ir embora, parou de chover e nós demos uma volta. Infelizmente, não repetimos e não será possível repetir a viagem porque minha sogra faleceu há alguns anos. Quando guardei o teru teru bozu, eu não imaginava o significado que ele ia ter depois. Valeu muito a pena ter essa recordação. Achava que foram tediosos, mas foram dias felizes.
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