História de:
Durval Candozim
Autor:
Jaime Prado
Publicado em:
10/12/2018
Uma história emocionante do cidadão Bauruense que aos 87 anos de idade entrou num teatro pela primeira vez.
A história do meu amigo Durval Candozim é emocionante porque passou parte da sua vida internado em uma Colônia de Pessoas Isoladas por causa da Hanseníase a doença mais antiga da nossa humanidade vinda desde os tempos bíblicos.
Com a ajuda do Secretário de Cultura de Bauru, meu amigo, Luiz Fonseca, articulamos este presente para o senhor Durval Candozim, que é meu amigo há mais de 50 anos e meu padrinho de casamento há 36 anos.
Durval Candozim, 87 anos de idade, nasceu em Bauru em 1931. Foi jornaleiro em 1937 entregava o Jornal do Povo nas ruas e vilas da cidade, era conhecido como o "Menino dos Pés Descalços". Com apenas sete anos, caminhava na madrugada escura e gelada sem blusa e com os pés descalços, enfrentando o frio das madrugadas geladas aqui de Bauru. Isto porque não tinha sequer um calçado ou uma blusa de frio, pois sua família era muito pobre. Trabalhou desde menino para ajudar no sustento da família, que ainda tinha um irmão deficiente físico.
Levei o senhor Durval para assistir uma apresentação da Orquestra Baquiana do SESI /SP. Sentou na primeira poltrona para ver de perto o fantástico Maestro João Carlos Martins.
Foi emocionante quando o famoso maestro, diante de um público de mais de 300 pessoas disse: “Nunca é tarde para recomeçar Durval”, e foi aplaudido de pé pelo público que estava presente no teatro. A mais alta cúpula da Diretoria da Empresa Tilibra de Bauru levantou para aplaudir o visitante que se emocionou ao ver seu nome ser pronunciado pelo fantástico e maravilhoso maestro, que apesar da sua deficiência física, ainda tem no rosto, um brilho que emociona quem teve este privilégio pela primeira vez, como foi o caso do senhor Durval Candozim que veio às lágrimas de emoção.
De Menino dos Pés descalços a funcionário do alto escalão do antigo Bando Brasileiro de Desconto na década de 1956, a ex-interno do Antigo Asilo-Colônia Aimorés em Bauru/SP, inaugurado em 13 de abril de 1933, o atual Instituto Lauro de Souza Lima uma referência mundial nas pesquisas e no tratamento das pessoas atingidas pela hanseníase.
Carlos Magno Gomes de Souza
por Museu da Pessoa
Maria Gercina Simão de Oliveira
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