A união da família e perseverança, valores que aprendeu desde a infância. O legado da família de origem espanhola, que desde 1942 cria receitas especiais de pães e broas em padarias, se perpetua. Desde o bisavô Victoriano até hoje, com a nova linha de pães pré- assados, a família se mantém em um negócio que traz um orgulho. Tássia aprendeu com o pai, Samuel, que faleceu quando ela ainda era uma menina de 14 anos, a valorizar estar perto da família, ter fé e nunca desistir. Atualmente, a fábrica e loja Casa do Pão se reinventa em novas linhas de produtos, e em novos momentos desafiadores, como a pandemia. Hoje, mãe de um menininho, João, de sessenta dias, Tássia nos inspira a confiar na fé, e a ter amor no trabalho realizado. Afinal, “o importante é permanecer, lutar, perseverar, não desistir nunca”, como ela nos diz.
Meu nome é Tássia Ferraz de Camargo dos Reis. Eu sou nascida em Bauru. Eu nasci dia 08 de dezembro de 1986. O meu pai se chamava Samuel Ferraz de Camargo, e a minha mãe é Shirley de Lourdes Martins Camargo. Meus irmãos são o Adriano, o Samuel e o Eduardo.
Meu bisavô veio para o Brasil criança. Ele se casou com a minha bisavô - também ela é filha de espanhóis, mas já é nascida aqui, com os pais e os irmãos nascidos lá. Aí eles começaram com o comércio em Jaú, na década de 1930. Eles começaram com uma fábrica de balas em Jaú, e depois de um tempo, em 1942, foram para a cidade de Pederneiras, onde montaram a padaria deles. Quando eles foram pra Pederneiras, levaram a fábrica de balas e montaram a primeira padaria. Mais tarde, a padaria foi transferida para Bauru e veio parar aqui onde estamos hoje. E depois, nós nos transformamos em uma fábrica de pães.
Eu sempre morei no bairro em volta da nossa fábrica, ali nos Altos da Cidade, sempre em volta do negócio dos meus pais. E a gente sempre teve uma coisa muito forte, que era ir muito cedo pra empresa. Como meus pais tinham a padaria, então eram cinco horas da manhã, e a gente tinha que estar lá. Sempre todos muito juntos, muito unidos. E lá na padaria sempre tinha uma salinha onde a gente ficava, dormia mais um pouquinho, depois ia pra escola. A minha infância inteira, a nossa infância inteira, sempre foi ali dentro da fábrica, mas que na época era só padaria, mesmo. A gente levantava, estava ali, almoçava ali, jantava ali. Ia pra casa só pra dormir, mesmo. E também brincava lá com os coleguinhas da rua, que moravam em frente à padaria. À tarde, ia lanchar na padaria. Então, não tem como tirar da nossa vida a padaria, a história da fábrica. Sempre ali, na Rua Célio Daibem – chegou a ser em outro lugar antes de nós nascermos, mas com os filhos já era ali no mesmo local.
E é até interessante que a maior parte da vizinhança acabou permanecendo a mesma, porque é um bairro mais antigo, então tem bastante gente hoje que era da mesma época. Quando meu avô Vitoriano faleceu, em 1974, o meu pai, que era músico mas também sabia da profissão, assumiu a padaria junto da minha avó. Mas não era ali ainda, ela ficava onde hoje é a Padaria Trigal. Então, eles foram pra lá, montaram a padaria ali e, depois de um tempo, acabaram indo pra Rua Célio Daibem.
Eu estudei a maior parte da minha vida no Sesi, que era ali a duas quadras da padaria. Estudei lá da primeira à oitava série, depois eu estudei um tempo no Ernesto Monte e mais tarde no Colégio Adventista, que era ali do lado da empresa também.
Mas o amor pelo que meus pais tinham, pelo que é nosso, foi uma coisa que os meus pais sempre colocaram na gente. Tinha que ajudar no comércio; íamos pra escola, mas depois voltávamos pra ajudar. Quem ajudou mais, quem trabalhou mais intensivamente ali foram os meus dois irmãos mais velhos, o Adriano e o Samuel. Eu era um pouco menor, então eu ajudava mais na casa, na época de infância. Mas pra gente não era um trabalho, a gente queria estar lá, queria ficar aprendendo. Tanto que o meu irmão Samuel, com dez anos, já sabia fazer alguns tipos de pães, já estava ali com meu pai, aprendendo. O outro irmão meu, que já tinha uns 12 anos, ajudava a cuidar do balcão, pois sempre foi muito comunicativo e gostava de atender. Então, não era um peso, não era um “trabalho”, assim, que a gente vê hoje em dia, porque pra nós era prazeroso estar ali. A gente entendia que aquilo era nosso e que a gente precisava cuidar daquilo. Era muito bom.
Aí, quando meu pai faleceu, em 2001, ainda era só padaria. Mas em 2004, fechamos a padaria e começamos a trabalhar como indústria, pra vender para os mercados. Agora, no ano passado, nós voltamos com um tipo de padaria também. Na verdade, nós não temos uma padaria hoje, nós temos uma loja de pães, uma loja da fábrica de pães, focada num produto novo, nosso, que é a nossa linha de produtos congelados, pré-assados. Então, a gente reinaugurou a nossa loja em fevereiro de 2020.
Mudar para fábrica foi uma questão de se adaptar. Eu tinha 14 anos na época, e você tem que saber se adaptar de novo. Mas pra nós foi muito bom. A gente começou ainda com embalagem normal, transparente, não era personalizada como as de hoje. E a gente produzia diariamente e entregava no supermercado, pra eles revenderem os nossos produtos. Então, eles terceirizavam os nossos produtos. Nessa fase, a gente já não atendia mais o público; fechamos as portas, e era tudo lá dentro mesmo, cada dia aumentando mais os pedidos, porque a demanda do supermercado é maior. Mas foi dando tudo certo.
Aí a gente foi crescendo no supermercado. Fomos introduzindo outros produtos, o supermercado foi expandindo, foi criando outras lojas, e a gente foi crescendo conforme eles iam crescendo. Depois, outros supermercados começaram a procurar, porque viram nosso produto, e a gente sempre trabalhou com um produto bem artesanal, de qualidade, diferente.
Tem receitas do bisavô, tem receitas do vô e da vó, tem receitas do meu pai, e agora tem receitas do meu irmão. Algumas receitas só foram aprimoradas, outras mantidas como eram, mesmo. Mas o meu irmão sempre lê livros sobre isso - livros do meu pai, do meu avô. Ele está sempre lendo, sempre vendo as receitas que eles faziam.
A gente, graças a Deus, não sentiu a pandemia no aspecto financeiro, porque nós trabalhamos com alimento, e as pessoas não vão deixar de comer. Elas vão abrir mão de outras coisas. Ainda mais a pessoa dentro de casa: o que ela mais faz é comer, né?
Famíla Reis: o sucesso da Casa do Pão Victoriano
História de Tássia Ferraz de Camargo dos Reis
Autor: Museu da Pessoa
Publicado em 10/03/2021 por Ana Eliza Barreiro
Projeto Memórias do Comércio 2020 de Bauru
Entrevista de Tássia Ferraz - Casa do Pão
Entrevistada por Luis Paulo Domingues e Ana Eliza Barreiro
Bauru, 09 de fevereiro de 2021
Entrevista História de Vida MC_HV025
Transcrito por Selma Paiva
Conferido por Ana Eliza Barreiro
R1 – Pronto.
P1 – Legal.
R1 – Desculpa. Desculpa aí, porque meu nenê é pequenininho, não dá pra gente ficar…
P1 – Está com um mês?
R1 – Oi?
P1 – Está com um mês?
R1 – Ele está com sessenta dias.
P1 – Legal. Viu, Tássia, a gente está aqui com o produtor lá de São Paulo, que é o Caio e ele vai te dar umas orientações. Caio, está bom o enquadramento dela?
P3 – Oi, tá bom, sim. Só, se puder não ficar tão perto da câmera, porque às vezes corta um pouco a cabeça. Mas de resto está tudo certo.
P1 – Ah, legal. Então, vamos começar só comigo aqui, porque o P2 talvez demore hoje, porque ela tem… ela vai sair mais tarde, tá bom?
R1 – Ok.
P1 – Pode gravar, Caio?
P3 – Da minha parte tá tudo certo aqui, já. Pode começar quando quiser.
P1 – Então tá bom. É… Tássia, primeiro eu queria te agradecer por ter aceitado fazer essa entrevista com a gente. O Projeto Memórias do Comércio existe desde 1994. É um projeto grande do Sesc, que já fez um monte de livros e é em parceria com o Museu da Pessoa. O Museu da Pessoa, de São Paulo, é o maior museu do mundo de histórias de vida, né, então a gente conta a história da vida da pessoa. Nesse projeto, como tem a ver com o comércio, falando do comércio, né? Então, pra começar, eu vou fazer uma claquete aqui, ó:
Projeto Memórias do Comércio 2020
História do Comércio de Bauru
Entrevista História de Vida HV_025
Tássia Ferraz - Casa do Pão
P1 – É… Tássia, pra começar, eu queria que você dissesse seu nome completo, a data e o local de nascimento.
R1 – Meu nome é Tássia Ferraz de Camargo dos Reis. Eu sou nascida em Bauru. Eu nasci dia 08 de dezembro de 1986.
P1 – Legal. E qual é o nome do seu pai e da sua mãe?
R1 – O meu pai se chamava Samuel Ferraz de Camargo. E a minha mãe, Shirley de Lourdes Martins Camargo.
P1 – Sim. E você tem irmãos, né? Que eu conheço um deles (risos). Como eles chamam?
R1 – É o Adriano, o Samuel e o Eduardo.
P1 – E o Eduardo. Legal. E você sabe sobre a história da origem da sua família? Eles vieram… como que eles chegaram em Bauru? Eles vieram… primeiro que eu sei que seu irmão tem um vasto material, né, que ele estuda, muito anteriormente ao seu avô, seu bisavô, a história da família de vocês, que eles teriam sido cristãos-novos, tal. Mas como que eles chegaram no Brasil e depois, como que eles chegaram em Bauru?
R1 – Então, meu bisavô veio pro Brasil criança, né? E a minha… e ele casou com a minha bisavô, também ela é filha de espanhóis. Ela é nascida aqui, mas os pais e os irmãos são nascidos lá. Aí eles casaram, não sei exatamente o ano que eles se casaram, aí eles começaram com o comércio em Jaú, na cidade de Jaú, na década de trinta, por aí… de trinta? É, de trinta, por aí, nessa década. Eles começaram com uma fábrica de balas, em… já na cidade de Jaú. E junto com a fábrica de balas, eles montaram uma padaria. Depois de um tempo, eles montaram uma padaria. Em 1942 eles foram pra cidade de Pederneiras, foi onde eles montaram a primeira padaria deles, foi na cidade de Pederneiras. Então, a fábrica de bala deles era em Jaú. Quando eles foram pra Pederneiras, eles levaram a fábrica de balas e, junto com a fábrica de balas, eles montaram a padaria, que foi em 1942.
P1 – Certo. E você tem lembrança de infância, de algum costume da sua família que veio de fora do Brasil?
R1 – Olha, falando assim, não me recordo, assim. Algo, assim, marcante, assim. Talvez tenha coisas que sim, mas a gente acaba não sabendo especificamente que vieram deles, né? Mas, de cara, assim, não lembro, pra ser sincera.
P1 – Ah, legal. E… desculpa, é que deu uma interferência aqui no som, pra mim. Isso é normal nessas entrevistas on line. E você, assim? Quando você… você nasceu em Bauru, né? Em que bairro você morava?
R1 – Eu sempre morei… nasci e morei num bairro, ali, que é em volta da nossa fábrica, mesmo, né? Ali no alto da cidade. Alguns dizem Centro, outros dizem alto da cidade, mas naquela mesma região, ali em volta da… sempre em volta do negócio dos meus pais, ali. Sempre na mesma região da fábrica.
P1 – Sei. E o que você lembra da sua infância? Tanto dos amigos, das brincadeiras, quanto da fábrica. Porque você devia ir lá todo dia, né? Passava lá todo dia. O que você lembra da sua infância, nessa época?
R1 – Olha, é…
P1 – [Fala incompreensível por problemas de áudio] (08:11)
R1 – Desculpa, cortou. Eu não entendi.
P1 – Ah, desculpa. É assim: como que foi a sua infância, ali em volta da sua casa, perto da fábrica dos seus pais? O que você lembra disso, que você pode descrever a imagem do que você lembra?
R1 – É, a gente - teve uma coisa que é muito forte, assim - ia muito cedo pra empresa, né? Como meus pais tinham a padaria, então, cinco horas da manhã a gente tinha que estar lá. Então, a gente sempre foi muito junto, muito unido, assim. Meus pais, onde eles estavam, a gente estava junto com eles. Então, era cinco horas da manhã, estava todo o mundo de pé, indo pra padaria. E lá na padaria sempre tinha uma salinha onde a gente ficava, ali, dormia mais um pouquinho, né, depois ia pra escola, tudo. Mas a minha infância inteira, a nossa infância inteira, sempre foi ali dentro da fábrica, da indústria, né, que na época era padaria, mesmo. Mas sempre junto com os meus pais. Sempre. Então, aquilo ali, pra nós, era a nossa vida, mesmo. A gente levantava, estava ali, almoçava ali, jantava ali. Ia pra casa só pra dormir, mesmo. E brincava ali com os coleguinhas da rua, que era na frente, em frente à padaria. À tarde ia lanchar na padaria. Então, não tem como tirar da nossa vida, ali, a padaria, né, a história… assim, a fábrica ali.
P1 – Aí já era na Célio Daibem?
R1 – Sim.
P1 – Nessa época.
R1 – Na Célio Daibem. É. Foi noutro lugar, antes da gente nascer, né, mas depois, com os filhos, já era ali no mesmo local, na Célio Daibem.
P1 – Sim. E como é que era o bairro, ali? Já era asfaltado? Porque ali demorou pra asfaltar, né? Como que era?
R1 – É, que eu me… assim, na minha época, né, já era asfaltado, sim. E até interessante, que a maior parte da vizinhança, ali, acaba permanecendo a mesma da minha época, né? Um bairro mais antigo, assim, então tem bastante gente, assim, que era da mesma época. Poucas pessoas renovaram o bairro, né, vamos dizer assim.
P1 – Sim.
R1 – Mas, que eu me lembre, assim, do meu tempo, sempre estava asfaltado. Aliás, a mesma coisa, não mudou nada ali aquela rua, aquele pedacinho.
P1 – Sim. E você tinha muitos amigos, ali, na época? Como que eram as brincadeiras? Você brincava do que, né? Era um tempo diferente de hoje, né? Como que era?
R1 – Ah, a gente tinha os amiguinhos ali da rua, né? Todos ali da rua. E a gente jogava futebol. Eu, até, porque como os meus irmãos, só tem três irmãos homens, então jogava futebol com eles, a gente jogava bets na rua, era esconde-esconde. Mas a gente passava um bom tempo, parte do dia, quando não estava na escola, estava ali brincando com a molecada. Mas sempre na frente da padaria, ali, com os meus pais de olho na gente, ali. Mas as brincadeiras eram diferentes de hoje em dia, né? A gente passava o tempo era brincando de esconde-esconde, bets, pega-pega, brincava de boneca com as vizinhas. Mas algo que hoje em dia falta um pouco, né, pra essa molecada de hoje.
P1 – Claro. E o seu pai e sua mãe trabalhavam na padaria?
R1 – Sempre. A vida toda, desde que minha mãe se casou com meu pai, ela entrou junto com ele e o dia todo, sempre os dois ali e a gente junto.
P1 – E, nessa época, não tinha mais os seus avós? Porque eles que começaram, né? Começou com seu bisavô. Aí já não tinha mais eles?
R1 – Não. É… começou com o meu bisavô. Depois do meu bisavô, a minha avó, filha dele, acabou aprendendo a profissão, né, pegando o legado do pai. Na verdade, eles são em cinco irmãos. E dois dos irmãos, a minha vó e um outro irmão, pegaram a profissão do pai, vamos dizer assim, pegaram o legado do pai. Aí a minha avó se casou com o meu avô, que era eletricista. Mas o meu avô também acabou pegando gosto pela profissão, do sogro e da sogra. Acabou se especializando, fazendo vários cursos. Aí eles tiveram outras padarias, o meu… a minha avó e o meu avô. Aí, depois de um tempo, meu pai aprendeu a profissão junto com os pais e, quando meu avô faleceu, meu pai assumiu isso junto com a minha avó. Então, a minha avó ficou junto com a gente por muitos anos. A minha avó, filha do bisavô que começou, né? Filha do Victoriano. Ela ficou por muitos anos ali, com a gente, na padaria, trabalhando, mas a minha avó, sim, esteve com a gente. O meu bisavô eu não cheguei nem a conhecer. Ele faleceu antes.
P1 – Sim.
R1 – Nem meu avô, na verdade, eu não conheci porque, quando meu avô faleceu, meu pai era solteiro ainda, né?
P1 – Certo. E você sabe por que teve essa migração, né? Porque o negócio original começou em Jaú. E depois foi pra Pederneiras, deve ter dado certo lá por um bom tempo e depois veio pra Bauru. Você sabe por que teve essa mudança?
R1 – Então, a padaria, mesmo, começou em Pederneiras, né? Aí os meus bisavós decidiram vir para uma cidade um pouco maior. Isso foi - eles abriram em quarenta e dois - 1948, a minha avó se casou com o meu avô e o meu avô veio pra Bauru, construir, montar a padaria do Victoriano. Quando a padaria estava pronta, meu bisavô vendeu a padaria em Pederneiras e veio assumir a padaria dele aqui em Bauru, na cidade de Bauru, que foi em 1948, isso. Ele veio pra cá. Aí, de lá pra cá, ele ficou aqui. Até faleceu aqui em Bauru mesmo, né? Mas ele veio nessa época, pra cá. E… é, era isso. Acabei me perdendo nas palavras, aqui…
P1 – E a padaria é onde? A primeira padaria já foi aí na…
R1 – Era isso que eu ia concluir. É, a padaria dele ficava na Primeiro de Agosto. Ela até existe, ainda hoje. E era conhecido como a Padaria do Canho, né? Ali onde é a Padaria Nossa Senhora Aparecida. Ali foi, quem construiu ali, quem começou ali foi o meu bisavô Victoriano. Ficou por muitos e muitos anos ali. Eu acho que, se não estou enganada, ele ficou… ele, né, ficou ali até 1974, 1975, por aí…
P1 – Certo.
R1 – Depois o outro filho dele, quando ele faleceu, o outro filho, irmão da minha avó, que também estava com ele, acabou assumindo lá. Mas o Victoriano eu acho que, se não estou enganada, faleceu nessa época. Em torno de 1974, 1975. Então, aqui em Bauru, ele ficou de 1948 a 1975, com a padaria dele.
R1 – E aí, como é que foi pra montar essa padaria da Célio Daibem, aí já é na época do seu pai?
P1 – Já. A minha avó teve várias padarias com o meu avô. Ela não continua a padaria do Victoriano. Enquanto o Victoriano tinha a dele, ela montou. Então, ela teve padaria aqui em Bauru, ela teve padaria em… não tô lembrando direito, acho que… esqueci agora, a cidade. Não sei se era Botucatu, não me lembro muito bem. Eu sei que ela teve em algumas cidades. E, depois, ela veio pra Bauru. Quando meu avô faleceu, isso foi em 1974, o meu pai, que também já era músico, mas também sabia da profissão, assumiu a padaria junto com a minha avó, em 1974. Mas não era ali. Era onde hoje é a Padaria Trigal. Era a antiga Padaria Estoril, aqui em Bauru. Então, eles foram pra lá, montaram a padaria ali e, depois de um tempo, eles acabaram indo pra Célio Daibem. Agora eu não sei exatamente o ano em que eles foram pra Célio Daibem. Mas eu acredito que foi em 1980, 1981, por aí.
P1 – Ah, legal. E voltando um pouco pra sua vida, né? E na escola? Você estudou aonde, quando você era criança?
R1 – Eu estudei a maior parte da minha vida no Sesi, que era ali, duas quadras da padaria, também. Eu estudei lá da primeira à oitava série, depois eu estudei um tempo no Ernesto Monte e depois eu estudei no Colégio Adventista, que era ali do lado da empresa, também, sempre facilitando, ali, o nosso dia-a-dia.
P1 – E os seus irmãos, juntos? Na mesma escola?
R1 – Juntos. Um dos meus irmãos, só, que estudou no… o Adriano, mais velho, estudou no… esqueci o nome do colégio, agora, eu tô… estudou no Christino Cabral, ele estudou. Só no Christino. Ele estudou no Sesi, mas ao invés dele ir pro Ernesto Monte, ele estudou no Christino Cabral. Mas sempre ali, todos juntos, ali nas mesmas escolas, a gente acabava indo junto.
P1 – Legal. E o que você gostava, da escola? O que você lembra, pra falar, assim? Você gostava mais de qual matéria? Como que e