História de:
João Ivo Caleffi
Autor:
João Ivo Caleffi
Publicado em:
28/10/2019
São lembranças sobre o trem de passageiro que passava pela cidade de Maringá no Paraná.
Esses dias, conversando com um senhor amigo meu, ele começou a recordar, com muito saudosismo, a história do trem na nossa região. É uma história muito bonita, que marcou a vida de muitas pessoas. Ficou marcado na alma. No ano de 1923 a estrada de ferro chega até a cidade de Cambará-PR, vinda de Ourinhos-SP, cidade que ficava no quilometro 400 da Sorocabana. No ano de 1932 os trilhos alcança a cidade de Jataí-PR e finalmente em Londrina no dia 28 de julho de 1935, com grande festa popular. De Londrina a estrada ferro vai até a cidade de Apucarana-PR, no ano de 1942. Em 1954 os trilhos chegam a cidade de Maringá-PR e finalmente a cidade de Cianorte-PR, no ano de 1973. O projeto da estrada de ferro, nesta região do Paraná, era chegar até a cidade de Guaira-PR, na divisa com com Paraguai. Quantas lembranças!
Meu avô Santo Caleffi, dizia que quando veio de Minas Gerais conhecer as terras do Norte Paraná e depois de mudança, morar na cidade de Cornélio Procópio, no ano de 1944, foi de trem que veio. Ele nos relatava a viagem com muita alegria, nos contando detalhes, que nos encantava. Meu pai Inísio Caleffi foi pagar uma promessa na cidade de Aparecida do Norte, junto com minha mãe e minha irmã Cida, foram de trem. Ele nos contava que a viagem durava muito tempo, mas nos falava com saudosismo. Dizia que com medo de ser assaltado pelos bate-carteiras, costurou, parte do dinheiro quer levava para as despesa da viagem, no bolso da ceroula. Contava estas história com alegria. São tantas histórias!
Lembro que quando comecei a trabalhar em uma loja em Maringá, lá pelos anos de 1979, um dos balconistas da loja morava em Assai, cidade perto de Londrina e ele vinha trabalhava uma semana e depois voltava para Assai sempre de trem, vinha toda semana de trem. Sempre chegava nas segunda-feiras nos contando belas histórias da viagem no trem.
No ano de 1981, encerra o transporte de passagerios e ai fica triste, sem vida, sem alegria. Quantas histórias, sofrimento e sonhos vividos nestes anos de existência do trem de passageiro na nossa região. Ficou na história. Ficou na memória de muitos. Como diz o escritor João Guimarães Rosas: "Narar é resistir." Histórias, memórias.
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