Diário de Maíra Magalhães Bosi, 30 de agosto de 2020. Jornada, dia 3.
O início da pandemia coincidiu com a minha mudança para este apartamento. Me mudei, literalmente, 5 dias antes de começar a quarentena e do meu trabalho entrar em modelo remoto (já estamos assim há quase 6 meses). Lembro do estranhamento de estar em uma casa nova em um momento de tantas incertezas e medos, na minha vida pessoal e no mundo. Não foi fácil. Mas, ao mesmo tempo, encarei essa casa nova como um casulo, que me protegeria dos riscos do mundo exterior. Poder estar em casa me deu uma sensação de proteção.
Mesmo estando em casa 100% do tempo, demorei mais de 3 meses para terminar de desempacotar minhas coisas. Foi uma mudança dolorosa, motivada pelo rompimento de um relacionamento. Então acho que o tempo de "casulo" e de me acostumar aos poucos com a nova casa me ajudou a tornar tudo um pouco menos violento. De um jeito estranho, naquele começo, eu tava grata por poder ficar quietinha, em casa, preocupada apenas em me cuidar. E ficar 100% do meu tempo em casa me permitiu criar intimidade com a casa nova.
Maria da Saúde de Souza
por Museu da Pessoa
Hana Sukerman
por Museu da Pessoa
Ana Lucia Gomes de Oliveira Silva
por Museu da Pessoa
Natalia Theil
por Museu da Pessoa
Adilson José Santos Carvalhal
por Museu da Pessoa
Neuza Guerreiro de Carvalho
por Museu da Pessoa
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